Gallaecia:- Pelas terras do Alto Tâmega e Barroso - Olas de Santa Marinha
OLAS DE SANTA MARINHA
(VILAR DE PERDIZES/BARROSO)
19. Abril. 2014
Para um andarilho, qualquer pretexto lhe serve para o transpor das quatro paredes do seu habitáculo e o levar para o meio da natureza.
Desta vez foram as «Olas de Santa Marinha», no país do Barroso, em Vilar de Perdizes, paredes-meias com a Galiza mais genuina e profunda.
Nesta terra quase esquecida, apenas um riacho, que vai quase sempre seco no verão, separa estes dois recônditos territórios, pertença de dois países - o rio Assureira.
Talvez, por isso mesmo, ele nos esconde verdadeiros tesouros naturais, dignos de admiração, e que só uma natureza bravia é capaz de produzir.
Contudo, antes de lá chegarmos, é necessário a benção de Santa Marinha, na sua modesta capela.
Depois, por Ela abençoados, apesar de um caminho íngreme, embora curto, estende-nos, expontâneamente, um tapete das mais belas flores naturais:
(Tapete 1)
(Tapete 2)
(Tapete 3)
nossos olhos ficam deslumbrados
(Cenário 1)
Como uma criança, subo e desço pedra; vou e venho de cima a baixo do leito do rio, apesar da sua natureza àspera, pedregosa.
Deslumbramento
(Cenário 2)
atrás de deslumbramento,
(Cenario3)
até dizer, chega!
(Cenário 4)
Há que regressar!
No caminho de volta, o pastor Paulo,
com o seu rebanho,
devidamente guardado pelos seus possantes e bem treinados cães.
Foi mais um momento de magia ver como aquelas cabras e ovelhas tão bem obedeciam aqueles vigilantes guardas.
Mas Paulo tem a sua vida e nós a nossa...
No regresso à aldeia,
o objetivo fundamental era o encontro com o mago-mor da terra, em sua própria casa.
Que nos recebeu na sua acolhedora e ensoleirada marquise, tocando, com o seu violino,
para nós, a Marcha de Chaves.
Sabiamos dos muitos ofícios de Padre Fontes, todavia, este foi um momento de magia suprema.
Padre Lourenço Fontes, para além dos seus muitos predicados, é um barrosão puro, de portas abertas, escancaradas.
Não admira que, nesta quadra, nos tenha presenteado com o seu melhor folar e uma deliciosa bola de carne, feita pela sua cunhada, acompanhados de seu irmão, e com uma soborosa «pinga».
Mas, como não há bem que sempre dure, as horas avisassam-nos que era necessário partir. Despedimo-nos, saudosos, com um forte abraço.
Ao longo da estrada que percorríamos, o bondoso deus Larouro estendia-nos esta bela passadeira colorida,
prestando-nos honras na hora da despedida.
Até mais breve, Barroso!