NO RESCALDO DO XXIII ENCONTRO DE FOTÓGRAFOS E BLOGUES
(ALTO MINHO - TERRAS DO VEZ)
- PORTA DO MEZIO DO PARQUE NACIONAL PENEDA GERÊS (PNPG) -
(UMA DAS CINCO PORTAS DO PNPG)
Vejamos o que os documentos espalhados pelos diferentes sítios da internet nos dizem quanto a Mezio e às cinco portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
A Porta do Mezio é uma infraestrutura, cuja principal finalidade é divulgar, informar e promover o Parque Nacional da Peneda-Gerês, estando dotada de vários equipamentos como o Centro de Receção e Informação, o Núcleo Museológico, Museu Rural, Espaço de Exposições, Oficina Temática, Parque da Biodiversidade, Parque “Complexo Agro-Silvo-Pastoril das Serras da Peneda e Soajo”, Torre de Observação, Parque de Merendas e Piscina.
A Porta do Mezio, em Arcos de Valdevez, concluiu o projeto das cinco portas da área protegida. "É a melhor forma de controlar o turismo de massas", dizem os responsáveis.
A ideia da criação de cinco portas do PNPG - tantas quantos os municípios abrangidos pela área protegida (Porta do Mezio, concelho de Arcos de Valdevez; Porta do Lindoso, concelho de Ponte da Barca; Porta de Lamas de Mouro, concelho de Melgaço; Porta de São João do Campo [Campo de Gerês], concelho de Terras de Bouro e a Porta de Paradela, concelho de Montalegre) - tem cerca 40 anos e foi defendida pelo primeiro diretor do parque, Lagrifa Mendes. A criação de um ponto de receção aos visitantes tinha como objetivo dar a conhecer a quem chega ao Gerês um pouco do que pode ver nas serras.
Esta é "a melhor forma de controlar o turismo de massas" na área protegida, defende Luís Macedo, que dirigiu o único parque nacional do país entre 2003 e 2006 e é hoje responsável pela área do PNPG no município de Arcos de Valdevez. Ao chegar à Peneda-Gerês, o visitante dirige-se à porta mais próxima e tem um primeiro contacto com as características naturais da área protegida. "Orientamos o visitante e evita-se que as pessoas entrem sem qualquer informação nas zonas mais sensíveis", explica o mesmo responsável.
A porta do Mezio foi a última a ser inaugurada e fica precisamente no concelho de Luís Macedo. A área de receção está equipada de forma a responder às solicitações dos visitantes que procuram a Peneda-Gerês como espaço de lazer. Há uma pequena piscina, área para piqueniques e até um muro de grelhadores homologado para trabalhar no Verão. Quem vem para passar um dia em família, pode ficar por aqui. E os amantes da Natureza podem explorar as áreas mais profundas do parque, dentro das regras fixadas.
A ideia das portas do parque nacional não é apenas controlar os fluxos mais maciços de visitantes, mas dar informações a quem chega. Por isso, cada uma das estruturas tem um tema de base. No caso do Mezio é a Biodiversidade, que dá o mote a uma área de cinco hectares com vários equipamentos. O espaço central, que corresponde a um antigo viveiro florestal, tem hortos com as principais espécies vegetais do PNPG e esculturas de dez das espécies animais que vivem na área.
O único revés, no que concerne às Portas do PNPG, tem a ver com a Porta de Paradela, em Montalegre. Inaugurada em 2010, não está a funcionar, pelo que a receção aos visitantes no único concelho do distrito de Vila Real, que faz parte do PNPG, é feita no Ecomuseu do Barroso.
Apesar de ter quatro décadas, a ideia só começou a avançar já neste século. A primeira porta a abrir ao público foi a de Lamas de Mouro (Melgaço), onde, desde 2004, já passaram 18 mil pessoas. Dois anos depois, abriu ao público a de Campo do Gerês, em Terras de Bouro, uma das mais procuradas. O facto de acolher também o Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna (aldeia submersa pela albufeira da barragem homónima) tem valido especial atenção dos utilizadores. Mais de 80 mil pessoas passaram ali desde a sua abertura.
A mais recente das entradas do parque começou a funcionar em 2008, no concelho de Ponte da Barca. A estrutura está instalada no Castelo de Lindoso, a três quilómetros da fronteira espanhola, e é a única porta transfronteiriça do PNPG, permitindo a ligação entre a área protegida portuguesa e o Parque Natural Baixa Limia/Serra do Xurés, criado em 1992.
A fortificação beneficiou de obras, o que permitiu criar um núcleo museológico militar, lembrando o tempo em que aquele castelo foi um importante reduto de defesa da fronteira. No interior da muralha existirá um núcleo explicativo das características de fauna e flora do parque, bem como do património histórico do concelho. Do lado de fora, junto do maior conjunto de espigueiros de Portugal, estará a porta do parque, com uma loja de produtos locais, um pequeno auditório e o espaço de receção dos visitantes do PNPG.
O jornal Expresso, numa edição on-line, fez referência a um artigo do “The Guardian” dedicado aos mais belos parques naturais no mundo. O Parque Nacional Peneda do-Gerês aparece em quarto lugar. O que fez o Parque Nacional integrar a lista dos dez mais foram parâmetros como a beleza natural, paisagens extraordinárias e a vida selvagem.
Para a autarquia arcuense, estas distinções são motivo de orgulho já que Arcos de Valdevez integra no seu território uma parte significativa desta área protegida, única no contexto português e único com esta classificação em Portugal – no concelho de Arcos de Valdevez, o PNPG, ocupa uma área aproximada de 13.000 hectares, ocupando cerca de 30% do território municipal e representa cerca de 19 % do total da área do PNPG.
O município de Arcos de Valdevez, bem como todos os restantes municípios que integram o Parque Nacional da Peneda-Gerês e ainda os municípios que integram o Parque Natural Baixa Límia Serra do Xurés, do lado Galego, foram recentemente classificados pela UNESCO como Reserva Natural da Biosfera o que, só por si, é indicativo da riqueza ambiental, paisagista e de biodiversidade do território e da importância que tal assume no contexto nacional e internacional, ao nível de espaço classificados e de espécies protegidas.
Em Arcos de Valdevez o Parque Nacional tem reconhecidamente um papel fundamental tanto na perspetiva da conservação da natureza, como na perspetiva do desenvolvimento rural sustentado do município. Foi a pensar nisso que o município se envolveu na construção da Porta do Mezio, um projeto que se pretendeu assumir como um dos principais polos do desenvolvimento económico sustentado de Arcos de Valdevez, assente na capacidade de atração e visibilidade do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
O Parque gera movimentações em torno de áreas como o Turismo de habitação, do desporto, da gastronomia, da educação ou da investigação, e Arcos de Valdevez faz parte dele.
1º QUADRO - Anta do Mezio
O que nos prendeu mais a atenção, antes da entrada no dito Centro de Animação da Montanha, foi a designada Anta do Mezio, localizada na EN 202, entre Arcos de Valdevez e o Soajo.
Uma Anta ou Dólmen é um monumento funerário coletivo, construído no Neolítico e Idade do Bronze. É composto por algumas pedras grandes verticais que suportam uma ainda maior, horizontal, formando uma câmara onde eram sepultadas várias pessoas.
Existe, na Serra do Soajo, um conjunto grande destes monumentos, sendo a Anta do Mezio a que está mais bem conservada.
A Anta do Mezio está integrada no conjunto de monumentos megalíticos conhecidos por Antas da Serra do Soajo. Trata-se de um exemplar funerário pré-histórico edificado há cerca de 5000 anos.
Anta ou dólmen vem do baixo bretão: tol=mesa e men=pedra. É um monumento funerário coletivo da época pré-histórica recente (3 a 4 mil anos antes de Cristo), constituído por uma câmara poligonal de sete esteios eretos adoçados entre si, sobre os quais assenta uma tampa ou mesa. O conjunto, posteriormente à sua utilização funerária, era coberto por um tumulum protetor, formado por terra e pequenas pedras, constituindo a mamoa. Esta anta do Mezio nunca foi escavada cientificamente. É na Andaluzia e no Sul de Portugal que, no entender dos arqueólogos, se situa o centro de onde irradiou a chamada cultura dolménica ou megalítica.
As antas e mamoas eram locais construídos para servirem de sepultura os seus mortos, usando pedras de granito de razoável grandeza colocadas geometricamente ao alto sobre as quais era colocada um outra em forma de laje a servir de cúpula sendo coberta com pequenas pedras e terra, deixando uma pequena abertura e, em alguns monumentos, com um corredor de acesso ao pequeno espaço interior.
Demos agora a conhecer a planta do Centro de Animação da Montanha.
Do percurso que nele fizemos, deixamos aqui mais os seguintes quadros:
2º QUADRO - A vaca
Deambulando, sob um sol e calor que «apertava», ao longo deste lindo espaço recreativo, não vimos, ao vivo, alguns espécimes que abundam ou são caraterísticos desta zona do PNPG, mas vimos algumas das suas representações. A começar pela vaca e pelo miúdo olhando admirado algo a que todos os dias, provavelmente, não está habituado observar.
3º QUADRO - O lince ibérico
O lince ibérico (Lynx pardinus) foi reintroduzido no PNPG e veio enriquecer ainda mais a sua rica fauna.
4º QUADRO - O bufo-real
O bufo-real (Bubo bubo) é uma espécie de ave estrigiforme pertencente à família Strigidae. É, atualmente a maior espécie de coruja existente no planeta, chegando a 86 cm de comprimento, 1,70 a 2,10 metros de envergadura e pode pesar até 5,5 quilos. O bufo-real tem uma longevidade bastante extensa que pode variar de 10 a 20 anos.
Trata-se de um predador de topo, encontrando-se nos lugares mais elevados na cadeia trófica. Alimenta-se de ratos, ratazanas, gaivotas, patos, lebres e inclusive de outros bufos e aves de rapina. É violentamente atacado por gaivotas e gralhas em bandos. É principalmente nocturno e emite os seus chamamentos ao anoitecer e ao amanhecer. A sua vocalização1 é um uuu-uu repetido e grave. Caracteriza-se pelos dois tufos de penas no alto da cabeça – que retrai durante o voo –, grandes olhos de íris laranja, o ventre pálido e listado e dorso jaspeado e escuro com manchas claras.
5º QUADRO - A águia-real
Obviamente, não poderia aqui ficar um registo desta bela ave rapina. Não percebemos é porque não aparece, no seu suporte, a cor vermelha. Sim vermelha, pois não gosto tanto da palavra encarnada.
6º QUADRO - Víbora-cornuda
Não é todos os dias que vemos uma estátua dedicada a uma das nossas espécie de anfíbios ou répteis, no entanto a Porta do Mezio do Parque Nacional da Peneda Gerês nos Arcos do Vale do Vez, decidiu decorar o espaço encomendando estatuas alusivas a animais emblemáticos do parque. Uma das espécies escolhidas foi a víbora-cornuda (Vipera latastei) e a estátua ficou incrível!
Da Wikipédia recolhemos o seguinte texto: “É um animal difícil de encontrar, a não ser por mero acaso, pelo que, quando isso acontece, o registo visual é muito próximo, o que torna a situação pouco agradável. Não pelo seu tamanho, que é de cerca de 80 cm, mas sobretudo por ser venenosa.
A sua cabeça, como acontece com as restantes víboras, tem uma forma triangular característica. A sua cor é cinzento azulado, possuindo no dorso uma mancha mais escura, em zig-zag, ao longo de todo o corpo.
Se encontrar alguma, não se aproxime, afaste-se lentamente. No entanto, se for mordido por uma destas cobras, não corra e tente ficar calmo, para evitar que o veneno se espalhe e procure imediatamente um hospital, principalmente se a vítima for uma criança, um idoso ou alguém com doenças crónicas. Ao chegar ao hospital, tente descrever a cobra, para o médico poder fazer o tratamento necessário com antídotos, para que a que a vida da vítima não seja posta em perigo, nem fiquem lesões graves para o resto da vida.
Em Portugal, existe ainda a ideia que não existem cobras venenosas no país. Nada mais errado, o que não existe são cobras com venenos muito tóxicos, o que é significativamente diferente.
Importante mesmo é que esta espécie faz parte da fauna portuguesa e a sua existência é muito importante no combate aos pequenos roedores”.
7º QUADRO - Canastro e roda do moinho
O espigueiro, também chamado canastro ou caniço, é uma estrutura normalmente de pedra e madeira, existindo, no entanto, alguns, inteiramente de pedra, com a função de secar o milho grosso, através das fissuras laterais, e, ao mesmo tempo, impedir a destruição do mesmo por roedores, através da elevação dele. Como o milho é recolhido no outono, precisa de estar o mais arejado possível para secar numa estação tão adversa como o inverno.
Os espigueiros, ou canastros de varas, são mais antigos que os de pedra (e madeira), e eram mais abundantes na área do Soajo. São compostos por varas entretecidas, construídos de forma arredondada, formados por «tanchões» espetados numa «mesa» sobrelevada, de pedra ou madeira, sobre a qual são tecidas as varas, de carvalho ou giesta, e com a cobertura em forma de capuz de colmo. Estes canastros redondos, como este que aqui apresentamos, são, simultaneamente, um exemplo notável da tecnologia no domínio do armazenamento de cereais, ao mesmo tempo que constitui um elemento altamente valorizador da paisagem onde se insere. Positivamente, este «património» que aqui vemos está manifestamente em perigo, sem qualquer incentivo ao seu uso e preservação, a não ser para constarem como verdadeiras peças de museu.
Os moinhos, e as suas rodas, são hoje já verdadeiras peças de museu, quer nos respetivos locais, quer em lugares ou instalações museológicas, como estas, construídas com o fim, entre outros, didático-pedagógicos.
8º QUADRO - Traje regional
Já os trajes típicos ainda desempenham as duas funções: como peças de museu e ostentado pelos seus habitantes como motivo de orgulho das suas tradições.
9º QUADRO - Núcleo Museológico
Apenas vimos as suas instalações por fora. O tempo não dava para mais.
Arcos de Valdevez esperava-nos como última etapa do nosso Encontro/Passeio por terras do Alto Minho - Terras do Vez.
10º QUADRO - Paisagem
Do Mezio até Arcos de Valdevez, pela EN 202, somos «acarinhados» pela serra do Soajo, à nossa direita e a da Amarela, à nossa esquerda. Aqui fica uma paisagem com a serra do Soajo como pano de fundo.