Gallaecia:- Pelas terras do Alto Tâmega e Barroso - Pela Montanha I
«VAGUEANDO» PELOS TRILHOS DAS ALDEIAS DA MONTANHA (NOGUEIRA)
PARTE I
(24.maio.2015)
(É este o país rural que temos - «enferrujado», a cair aos poucos,)
(com janelas sem gentes, onde apenas assomam arbustos!)
(Foi daqui, deste largo, junto desta casa, que parti, vagueando, sem destino, pelos trilhos da nossa Montanha.)
(Mas Neca e Zeca não nos deixaram partir sem que primeiro lhes visse as suas crias de parrecos: uns, mais crescidos;)
(outros, mais pequenos, sob o olhar ameaçador da mãe parreca, pronta a dar uma «bicada» a todos quanto dela e da sua cria se aproximasse.)
(Mais mansa era a mãe galinha com os seus filhotes, ainda que um pouco assustada com o intruso.)
(Mal saímos da povoação, seguimos por um, entre vários, carreiros, sob um bonito céu azul, ainda mais embelezado pelas nuvens que o povoavam,)
(e, ora aqui, ora ali, ladeados de giestas floridas e carvalhos;)
(As flores amarelas das giestas fascinaram-nos.)
(Parámos para as observar de perto.)
(Saídos do giestal e do carvalhal, eis que nos aparecem terrenos cultivados de centeio, em plena maturação,)
(sob a proteção constante dos carvalhais e giestais, com flores pelo meio,)
(e aqui)
(e ali, quadros de paisagem que nos fascinaram.)
(Parámos, mais uma vez, para observarmos de perto a seara de centeio.)
(E continuámos por caminhos muito idênticos, que se cruzavam incessantemente, e, com eles, deixámo-nos perder,)
(estendendo-nos, à nossa passagem, esta passadeira de minúsculas flores, qual arroz que se deitam aos noivos em dia de casamento,)
(vendo-nos, nelas, a nossa sombra refletida.)
Neste pára e arranca tinha-se passado mais de uma hora. Há que encontrar caminho para regressar à aldeia, nesta tarde de domingo, de fim de maio.